terça-feira, novembro 13, 2007

Monte Abiegno

Na sombra do Monte Abiegno
Repousei de meditar
Vi no alto o alto Castelo
Onde sonhei de chegar,
Mas repousei de pensar
Na sombra do Monte Abiegno

Quando fora amor ou vida
Atrás de mim o deixei,
Quando fora desejá-los,
Porque esqueci não lembrei,
À sombra do Monte Abiegno
Repousei porque abdiquei.

Talvez um dia, mais forte
Da força ou da abdicação,
Tentarei o alto caminho
Por onde o Castelo vão.
Na sombra do Monte Abiegno
Por ora repouso, e não.

Quem pode sentir descanso
Com o Castelo a chamar ?
Está no alto, sem caminho
Senão o que há por achar.
Na sombra do Monte Abiegno
Meu sonho é de o encontrar.

Mas por ora estou dormindo,
Porque é sono e não saber.
Olho o Castelo de longe,
Mas não olho o meu querer
Da sombra do Monte Abiegno
Quem me virá desprender ?


Fernando Pessoa

sexta-feira, março 23, 2007

Primavera

Os ritos e os momentos que escolhemos e criamos no nosso calendário de localização física no planeta, servem também para reflectirmos e homenagearmos o local que nos abriga e oferece os adereços do momento…. Um pouco sem nexo, mas sentido, enfim… avançado… neste ponto do hemisfério norte, celebrou-se esta semana o equinócio da primavera, mais um quarto da laranja que somos está a começar o seu desenvolvimento. E tal como o sol se espreguiça no nosso olhar, também a alma ganha forças para aclamar o seu poder de cre*ação. As árvores passam a mensagem e alertam-nos para as novas folhas e flores, novas possibilidades e momentos de serenidade que num segundo alteram todas as disposições de objectos e personagens no filme que viemos representar, basta aclamarmos esse poder e ter a coragem de abandonar o limite que estabelecemos na nossa vida, afinal somos deuses na terra a brincar aos humanos, é simples tornarmo-nos ilimitados, essa consciência existe, basta deixá-la fluir até nós!!!

quarta-feira, março 07, 2007

às vezes penso....

Às vezes penso que ainda não compreendi a minha própria linguagem. Às vezes penso que ainda não compreendi a minha própria realidade. Às vezes penso que ainda não compreendi os personagens do meu mundo e o que eles representam de mim, sendo espelhos tão generosos dos meus medos, sonhos, realidades paralelas e escolhas feitas e não feitas. Às vezes penso que ainda não compreendi qual o meu propósito de vida. Às vezes penso que ainda não compreendi a dinâmica de ser luz e estar na Terra, neste projecto mirabolante de experimentar o amor em dimensões mais limitadas… realmente, às vezes penso….

Depois paro! E começo a sentir… e de que serve questionar, se a resposta esta no ser! Se questiono não sou, por isso surgem mais questões e dúvidas, a dúvida que se alimenta do viver no passado, no futuro, nos limites das fronteiras da euforia do desejo…. Evitando ser, evitando aclamar o poder de escolhermos e de sermos os construtores da nossa vida e dos pedaços que nos queremos lembrar, sim porque a vida é uma colecção de pedaços que recortamos da realidade que fazemos e colamos no álbum da vida!

Uhhh de repente a dúvida e a questão saíram do cenário, criou-se espaço e o vazio preencheu-se com tantas certezas que assustam a pequena vivência…

Obrigada Universo, obrigada a mim própria por poder alterar, escolher e preencher-me todos os dias com mais e mais novidades, com mais e mais vivências, com mais e mais luz!!!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

E se....

E se…..

E se o mundo opta-se pela matriz do amor como a energia creadora? E se ousássemos quebrar a mente dos limites e nos permitíssemos ir para além das imagens que criamos de nós próprios? Será que conseguíamos viver num mundo sem limitações, provações e medos? Como seria o planeta azul…. Com certeza que bastante diferente, ou não ?
Será que a criatividade humana optaria pelo drama novamente ou teríamos a paciência de fazermos sempre o nosso melhor, de nos concentrarmos na nossa voz interior e dedicar-nos inteiramente a qualquer acto, por mais simples que fosse? Eu sinto que seria um desafio interessante… afinal todos os dias a nossa mente nos leva a viver no futuro, no passado, no imaginário ou em realidades paralelas que desconhecemos em termos de consciência humana…Viver no Aqui e Agora seria uma experiência nova… optarmos por nos centrarmos em cada tarefa, sentimento e objectivo, centrarmo-nos apenas… sem uma meta, uma concretização, um objectivo, apenas o centrarmo-nos…num pensamento, numa acção e dedicarmos toda a nossa energia e o nosso ser, então os limites seriam ultrapassados, melhor seriam integrados como elementos da força criadora e poderíamos Ser. Nesse momento a união na diversidade deixaria de ser uma premissa e atingiria um novo estágio de amplitude e concretização, passaria a ser o reconhecimento da nossa condição natural de energia na Terra, cujas opções de acção se tornaram em opções qualitativas de uma mesma Fonte. A qualidade nesse instante seria a mesma e acredito que o fascínio da paleta de cores continuaria a ter imensas tonalidades e aí reconheceríamos o arco-íris que habita em cada um de nós.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

os ilimites do limite

Hoje o dia começou com a mutação dos elementos, fantástico quando o cenário em que escolhemos viver nos demonstra as inúmeras possibilidades de vida!
Obrigada Universo por tanta escolha e tanto exemplo de diversidade.
As limitações são condição humana, às quais impomos o nosso espírito ilimitado e multidimensional, felizmente cada dia a nossa casa mãe nos mostra como podemos mudar essa característica e sermos mais e maiores, numa palavra ilimitados....